Se para ter acesso a água, a única coisa que você precisa fazer é abrir uma torneira, seja para lavar roupas, alimentos, tomar banho e tem pode ingerir água potável todos os dias, você usufrui de um grande privilégio.
Segundo estudos recentes, um terço da população mundial ainda não tem acesso a água tratada, ou seja, aproximadamente 2,4 bilhões de pessoas não contam com esse recurso indispensável para a vida.
Serviços de saneamento básico evoluíram muito no mundo todo nos últimos anos e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os 25 últimos anos foram muito importantes e de alto impacto neste campo para o mundo todo, o que deveria significar que o acesso ao saneamento básico deveria ser universal.
Entretanto, segundo a chefe da divisão de água e saneamento da UNICEF Sanjav Wijesekera, o principal motivo dessa evolução não atingir toda população, continua sendo a desigualdade social.
A falta de saneamento básico, pouca ou nenhuma estrutura em áreas de saúde pública e a mortalidade infantil cresce em países menos desenvolvidos, e a falta de água tratada nesses lugares tem ligação direta com esse crescimento.
Em contrapartida, os cerca de 2,6 milhões de pessoas que têm fácil acesso a água tratada desde 1990, vê claramente as melhorias na qualidade de vida em virtude da água que chega em suas residências.
Segundo estudos da UNICEF, para conseguirmos alcançar os objetivos traçados na Agenda de 2030 da ONU, precisamos que os próximos esforços sejam focados na população pobre e comecem a evoluir a partir de agora.
No Brasil, aproximadamente 94% da população tem acesso a água tratada e esse percentual vem crescendo desde 1990. Claro que ainda existe a questão de que as áreas urbanas têm mais acesso a água tratada do que a zona rural, entretanto, nas últimas décadas, o avanço nas áreas rurais foi de 70%.
Já na África-Subssaariana, nos últimos 25 anos, uma média de 47 mil pessoas por dia teve acesso a água tratada e como resultado, de todos os benefícios, o que teve o mais forte impacto, foi expectativa de sobrevivência infantil.
Atualmente, cerca de mil crianças com menos de cinco anos morrem todos os dias em
consequência da diarreia causada pela ingestão de água não tratada, embora este número seja alto, é uma evolução positiva se comparado a 15 anos atrás, quando cerca de 2 mil crianças morriam todos os dias, de um mal que pode ser facilmente evitado com acesso aos recursos para tratar a água antes de seu consumo.
O processo de evolução de saneamento básico muitas vezes enfrenta demoras e falta de continuidade por conta da má administração do dinheiro público destinado a esse fim, além de não haver campanhas de conscientização do uso da água e ainda a escassez de recursos acessíveis à população mais carente.
Outro aspecto a ser levado em consideração, é o incentivo cultural de que a população faça suas necessidades fisiológicas a céu aberto, sem se preocupar com a contaminação da água e do solo, o que acaba atrasando ainda mais a implementação do saneamento básico nesses locais.
Mesmo que 2,1 bilhões de pessoas tenha acesso a redes de esgoto desde 1990, o número ainda é baixo dentro das metas do Millennium Development Goals (MDG), que estimava que 77% da população já teria acesso a água tratada e instalações sanitárias aceitáveis até 2020.
O saneamento básico anda de mãos dadas com a qualidade da água que consumimos,
infelizmente, a realidade ainda é de que muitas pessoas não tem acesso a água tratada e nem redes de coleta de esgoto, o que faz que muitas pessoas, principalmente crianças venham a óbito nessas regiões por consumir água sem o tratamento devido para evitar danos à saúde.
Este ciclo deve ser quebrado e todos devemos cobrar de nossos governantes por ações que tragam acesso a água tratada para a população mais carente e de regiões mais afastadas.
Gostou do conteúdo? Leia também nossos posts:
- Qual a Relação de Doenças e Ambientes Fechados
- Como ter água limpa e saudável na sua piscina
- A água na história da humanidade
Fonte:
http://g1.globo.com/economia/crise-da-agua/noticia/2015/07/um-terco-da-
populacao-mundial-nao-tem-acesso-agua-tratada-diz-onu.html
https://periodicos.unb.br/index.php/sust/article/download/15662/13985/