Em um futuro não tão distante, a dessalinização da água será uma arma poderosa contra a escassez, e portanto, é de extrema importância que voltemos nossa atenção para essa necessidade.
A demanda por água potável, cresce exponencialmente todos os dias. Enquanto em 2010 já havia mais de 7 bilhões de habitantes no mundo, a estimativa é de que em 2025 sejamos mais de 8 bilhões, e o mundo precisará para se manter vivo cerca de 5.200 km³ de água por ano. Caso não haja investimentos na área de dessalinização, teremos no máximo 4.600 km³ de água por ano.
A dessalinização da água pode ser realizada por meio de dois métodos convencionais: a destilação térmica ou a osmose reversa. Vamos entender como funcionam esses métodos?
A destilação térmica procura imitar o ciclo natural da chuva, trabalhando com energia fóssil ou solar e o processo de evaporação transforma a água de estado líquido para gasoso fazendo com que as partículas sólidas fiquem retidas, enquanto o vapor é captado pelo sistema de resfriamento. Ao ser submetido a temperaturas mais baixas, o vapor d’água se condensa, retornando ao estado líquido.
Já a osmose, naturalmente acontece a partir do uso de um fluído através de uma membrana semipermeável, no sentido do meio menos concentrado para o mais concentrado, buscando o equilíbrio entre os dois fluidos.
Quando falamos de osmose reversa, a técnica exige um sistema de bombeamento capaz de exercer pressão superior à encontrada na natureza, para vencer o sentido natural do fluxo. Ou seja, a água salgada que é o meio mais concentrado, se desloca no sentido do menos concentrado. A membrana semipermeável permite somente a passagem de líquidos, retendo partículas sólidas, possibilitando a dessalinização da água do mar.
Um investimento considerado hoje de alto valor, se transformará em questão de sobrevivência para pessoas por todo o mundo. Hoje, a população brasileira mesmo tendo como beneficio o acesso a grande quantidade de nascentes de rios e recursos naturais, já enfrenta em muitos municípios a falta de saneamento básico, uma vez que vivem com apenas 9,3% do recurso de água doce.
Grande parte da reserva de nossas águas se encontra no Norte do Brasil (68,5%), local com apenas 6,98% dos habitantes brasileiros. Já regiões como o Nordeste e Sudeste, que concentram 28,9% e 42,6% da população brasileira, respectivamente, têm apenas 3,3% e 6,0% deste tão precioso recurso.
Muitas tecnologias e inovações vêm tomando conta desse mercado, todos os dias novas pesquisas e projetos são implementados no departamento de pesquisas de grandes empresas de tratamento de água. Esse recurso tão precioso para a vida humana exige mudanças de hábitos de pessoas e industrias, para não haver maiores estragos futuros.
A precariedade de água, já é uma realidade em lugares como a Ilha de Chipre, Ilha de Páscoa e Fernando de Noronha, locais onde os lençóis freáticos diminuíram drasticamente em razão da exploração.
Em países, como a Arábia Saudita e Israel, este já é um problema que impacta a vida de milhares de pessoas diariamente.
A ONU (Organização das Nações Unidas) recentemente divulgou em um relatório sobre águas e energia o qual mostra que a dessalinização pode trazer grande alívio e melhorias para determinadas regiões, além de estudar formas para diminuir custos e como adaptar essa tecnologia para áreas mais pobres e principalmente o uso dela em larga escala em atividades como a agricultura.
Para finalizar, concluímos que a dessalinização é uma real probabilidade de salvar vidas e merece em larga escala a atenção de empresas, indústrias e principalmente pessoas. Ou seja, teremos que ter água para salvar a economia e consequentemente, para nos mantermos vivos.
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